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Alguma coisa está fora da ordem... O abandono do Ensino Superior Privado.

Aconteceu. A Universidade Gama Filho, com toda uma tradição constituída ao longo de décadas de trabalho, e a UniverCidade, instituição importante do ensino superior privado, foram descredenciadas pelo MEC. A tragédia anunciada teve início quando o grupo Galileo, no final de 2011, comprou as duas instituições e passou a administrá-las com o discurso de construir um trabalho de alto padrão  capaz de atrair alunos de todo país e até da América Latina. Não foi o que aconteceu. As irregularidades começaram de imediato, com atraso de pagamentos, demissões, fechamento de Unidades e problemas de limpeza, segurança e manutenção. A luta de professores, funcionários e estudantes foi intensa. Foram greves e muitas tentativas de pressionar os vários presidentes que se alternaram no comando do Grupo Galileo, durante o período, a assumirem o compromisso de investir na qualidade do trabalho das instituições e atualizar o pagamento dos salários de seus profissionais. Manifestações de rua, ocupações e várias viagens à Brasília mostraram o empenho dos estudantes na luta pela sobrevivência digna dessas instituições. A Comissão Parlamentar de Inquérito, instaurada na ALERJ, para apurar as irregularidades cometidas no ensino superior privado, traz à tona uma dívida de R$900 milhões, das duas instituições, apesar da cobrança das mensalidades nunca ter sido interrompida e estas terem sofrido aumentos sucessivos, estando, hoje, num patamar que ultrapassa R$3000,00. Os estudantes passaram a pedir a saída do Grupo Galileo e a intervenção do Ministério da Educação nas instituições. O MEC suspendeu as autonomias das IEs e o ingresso de novos alunos, voltou atrás e, em dezembro de 2013, voltou a fazê-lo porque o grupo Galileo desrespeitou o termo de compromisso que assumiu com o Ministério, assim como já havia feito com as promessas aos estudantes e professores e com o acordo assinado no Ministério Público do Trabalho. Os estudantes queriam a saída do Grupo Galileo e a intervenção do Ministério da Educação nas instituições. O MEC se limitou a descredenciá-las. Quem, realmente, foi punido neste processo tortuoso? Cursos interrompidos, empregos extintos, vidas e famílias desestruturadas pela incompetência de um grupo no qual o MEC confiou e credenciou, indiretamente permitindo o desmonte de duas instituições de porte que, agora, alega não ter poder para salvar... Apenas descredenciar. 

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