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A mando do presidente da CPI da Merenda, PM retira estudantes do plenário à força

Em sessão de votação do relatório final da CPI, estudantes e deputados foram agredidos pela polícia militar

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Estudante que acompanha relatório final da CPI da Merenda é retirado com truculência da sessão de votação na Alesp

São Paulo – A repressão policial a estudantes tumultuou a sessão de encerramento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura corrupção em contratos da merenda escolar no estado de São Paulo. Depois que o deputado Marcos Zerbini (PSDB), presidente da CPI, mandou tirar estudantes do plenário durante a votação do relatório final do colegiado, policiais arrastaram dois estudantes pelo pescoço e foram contidos pelos deputados José Zico Prado, Marcia Lia, João Paulo Rillo, Ana do Carmo e Teonilio Barba, todos do PT.

Após quase dez minutos de gritos e empurrões, os jovens identificados como Alerson Silva e Gabriel "Juminha" foram levados para a delegacia interna da Assembleia. Após a confusão, o plenário foi esvaziado e a sessão seguiu acompanhada apenas por jornalistas e policiais.

A deputada Márcia Lia disse que foi agredida e que os deputados já não têm mais nenhum respeito na casa. "Qualquer soldado hoje desrespeita os deputados. Nós estamos aqui querendo ampliar a investigação, realizar uma apuração efetiva. Mas é isso que tem para nós e os estudantes: agressão, truculência e cerceamento da ação. É lamentável o que aconteceu nessa casa e que a CPI não chegue a conclusões efetivas", afirmou.
A sessão de hoje deve votar o relatório final, elaborado pelo deputado Estevam Galvão (DEM). Em sua conclusão o relator não pediu indiciamento de nenhum parlamentar citado no esquema. Nem mesmo do presidente da casa, Fernando Capez (PSDB), cujos ex-assessores Jeter Rodrigues e José Merivaldo movimentaram aproximadamente R$ 620 mil, dinheiro sem origem ou destino declarados.
A quantia bate com a delação do lobista da Cooperativa Orgânica da Agricultura Familiar (Coaf) Marcel Ferreira Júlio, que disse que parte desse valor era para ajudar na campanha de Capez. No mais, não houve avanço em relação às investigações realizadas pela operação Alba Branca, que desbaratou o esquema.

Relatório da oposição

O relatório apresentado pelo deputado Santana pediu adoção de providências à Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo quanto ao deputado Fernando Capez (PSDB), para apurar a possível participação dele no esquema de corrupção. Para o deputado, é fundamental esclarecer se os R$ 622 mil movimentados pelos ex-assessores de Capez foram utilizados em benefício dele.
Além daqueles indicados pelo relator para abertura de investigações, seja na esfera administrativa, civil ou penal, Santana pede que sejam realizadas apurações sobre a conduta do ex-secretário da Educação Herman Voorwald, do ex-chefe de gabinete da mesma secretaria Fernando Padula, e dos deputados federais Baleia Rossi (PMDB), Duarte Nogueira (PSDB) e Nelson Marquezelli (PTB), citados como beneficiários da propina.
O deputado petista também indicou um prejuízo de R$ 8,2 milhões aos cofres públicos, oriundo da auditoria feita pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, que concluiu que havia superfaturamento nos contratos. "É repugnante o roubo de merenda escolar, ainda hoje um instrumento de estancamento da evasão escolar e certamente um pequeno componente da educação que deve ser o pontapé inicial para a busca de um ensino de qualidade", relatou Santana.

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